Namorando as palavras com a ponta dos dedos

31
Jul 06
Ao passar desfazia-se o tempo, e apagava a sua história de homem
Alados os pensamentos vogavam rumo ao horizonte.
Varadas as barcas, suspensas no lodo, esperando a água voltar.

Pelas crianças mortas no conflito  Libanês.
publicado por Jalves às 23:17
sinto-me:

30
Jul 06
Do silêncio
rasgado grito
levantando o pó do tempo
ergue-se a voz cansada
de nunca se calar ás coisas do mundo
articular palavras soltas transformando-as em frases lúcidas era o seu fito.
( gesticulava freneticamente sempre que exponha suas ideias )
publicado por Jalves às 09:57

29
Jul 06
Redondo é o tempo que nos faz palmilhar as pistas da vida possível , esse andar feito de árduas montanhas e calmas planícies, com curvas e rectas que nos levam além de nós próprios .
publicado por Jalves às 23:13

25
Jul 06
Rasgados os corpos pelo aço das Bestas a morte jaz na horizontalidade do tempo acabado.
As feridas abertas como sulcos na carne perdida de esperanças vertem o sangue no asfalto da estrada sem regresso.

( Família Libanesa atingida por fogo inimigo quando tentava chegar a lugar seguro )
   Pai, Mãe cinco Filhos.

Paz para eles .
publicado por Jalves às 22:14

23
Jul 06
Suadas as mãos pingando o chão com o sal do corpo erguia-se para o alto na redonda esperança de encontrar as palavras ditadas nas tardes amenas de olhares plenos em voos verdadeiros pelas linhas do horizonte feito j à ali gesticulava aos céus as suas mágoas de vida à mingua de respostas soltava de seu peito o bafo dos pulmões feito eco de si mesmo como trovão descendo das alturas rasgando nos silêncios a plenitude de uma vida a ser vivida. Estou aqui!
publicado por Jalves às 22:32

22
Jul 06
As gaivotas sem asas dependuradas nos parapeitos das janelas indicavam que nelas já ninguém habitava.
Nas portas abertas a mensagem a reter era ( nada seria como dantes ).
Os tons e as cores tomaram conta do espaço.
Nas mesas os restos de pão seguiam o caminho do tempo, esse transformista das coisas da vida.
Cresciam sempre para o alto levando-as consigo.
Inúteis eram as escadas, de tão curtas ficarem.
Eu de tão atarefado estar as minhas asas descurei , e assim em terra fiquei.
publicado por Jalves às 23:18

21
Jul 06


Rasgam em seus angulos dores de carne despidas no vazio dos becos sujos das nossas memórias, onde os cães farejam o rasto de corpos outrora abandonados pelos desejos vadios de tanta escuridão.
A alma viaja com asas de borboleta tonta de tantas flores, nos jardins perdidos pelas esquinas do tempo roçando devagar nas portas do desejo a líbido toda entornada para fora de si mesmo no derradeiro suspiro da existencia gritada aos espelhos das casas vazias de janelas.
A aparençia entorna para fora de nós as coisas mais mesquinhas.
publicado por Jalves às 22:35

20
Jul 06
No tempo em que o Ritz era o ponto mais alto dos meus olhares sobre Lisboa, tinha um gato que habitava todas as noites em meus sonhos, diziam-me que o fazia transpondo a distancia entre margens remando no velho barco do avô Aníbal .
Conto de encantar e acreditar pois assim tinha o meu Gato das Botas.
publicado por Jalves às 22:29

17
Jul 06
Escorriam sempre para o mesmo lugar acompanhando o sentido das viagens, estas águas vividas de diários de quem se levanta para a vida de todos os dias na certeza de uma só direcção.
O vento engorda as velas empurrando mais além pedaços flutuantes de vida temperados no sal da bolina rio acima .
Os vapores fundeavam a meio rio como quem espera noticias da margem de lá, carregavam  desejos de trabalho de corpos famintos de tanta coisa.
Lisboa era como um postal ilustrado de um azul de claridades contrastando com o cinzentismo dos rostos de quem a vivia , da minha varanda para a cidade com o Tejo a meus pés as tardes de verão tinham um crepúsculo anunciando tempos de faces felizes. Para quando?.
publicado por Jalves às 00:03

15
Jul 06
Macias as mantas do lugar aqueciam os corpos despidos das coisas comuns, escutava-se o silêncio feito despojo depois da batalha travada entre mãos e lábios no gesto preciso de fruição sem regresso.
A chama da vela iluminava   na vertical os dois corpos escondidos na face escura da sombra projectada como protecção a olhares não reclamados.
Subiam ao teto em espiras de fumo o odor dos pauzinhos de incenso postos a queimar como se no Éden alguém desejasse entrar.
publicado por Jalves às 14:19

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