Arrecada tua vida na mala dos desejos por concretizar, espalha os lenços pelas esquinas do vento para secar as lágrimas dos dias vindouros, esquece a chama da vela para que queimes as asas da ilusão, esmaga os grãos de areia para que a vida não parta no comboio do tempo presente.
publicado por Jalves às 22:40
No Outono os olhos são mais tristes, mais coalhados de plátanos secos onde a tempestade repousa. No Outono amiga, os pássaros também viajam nas solitárias ruas entre rumores dum sangue arterialmente limpo e brisas crespas.
publicado por Jalves às 23:58
Tecendo os dias na imagem de alguém que conta, descubro o drama do homem feito tempo. Lembrança e lucidez, no distanciamento imaginário . O poético desdobrando-se, ditame sugestões de consentida ternura.
publicado por Jalves às 22:30
Que sei eu do murmúrio das estrelas essa transgressão imaginaria que é viver no céu, com sóis de bestiário, e luas brancas enlouquecidas na sua quase humanização.
Desço num regresso geométrico há natureza, a esse nenúfar que por vezes cruza minhas aguas de rio / corpo.
publicado por Jalves às 22:54
Firme na linha de meu sonho espraio meu ser pela espuma do mar profundo, onde as palavras se fecham. Em teu ventre avanço com asas de água . Livre nos limites alagados de teus cabelos , me inclino sobre teu corpo, onde seios se entornam em dádiva de sílaba húmida Do âmago à periferia do sonho eu me existo com todo o esto vital, obedecendo ao movimento de revelação das feéricas paisagens de meus interiores.
publicado por Jalves às 22:31
Refugiado sob o alpendre da memória afogo meu corpo na cadeira de baloiço das ideias, balançando-me ao ritmo deste musculo vivo e palpitante - autentica sala de estar das emoções.
O quente deste verão vêm do lado de lá do cristal, como carícia tépida e aveludada que adere em meu corpo, em jeito de beijo.
publicado por Jalves às 23:54
Vou coleccionando silêncios na prateleira do tempo, enquanto o sol invade as portas e as janelas do meu contentamento . Quem disse que o silêncio é um espaço vazio de nada, nunca o escutou de verdade. Quantas coisas o habitam.
publicado por Jalves às 23:31
E me perco no corredor da memoria -quase labirinto- observando as minhas pirâmides de esforço inglório .
publicado por Jalves às 00:22
Porque amarrotas a folha seca do silêncio quando nele flutuo, em desapego ou atrito, à espera da musica das apetecíveis lembranças.
publicado por Jalves às 23:02